Uma nuvem do tamanho da tarde
O Tejo esperava já pela nossa visita, mesmo antes de decidirmos que íamos para o ver. O sol não tinha estado tímido nos últimos dias, curtia a nossa pele e os pés preferiam andar; nunca escolheram a inércia. Então fomos andando, como quem procura alguma coisa que faz sorrir. Sorríamos na mesma medida, procurávamos coisa nenhuma... E quando estagnámos naquele pedaço de pedra, naquela forma fria, olhávamos o céu e ríamos de tudo e de mais nada, olhávamo-nos também, não sumia a gargalhada. Então, o compasso do dia toma por empréstimo alguma coisa que nos tira o calor e faz desaparecer os olhos semicerrados. Agora olhamo-nos em aberto, no ângulo desafogado em que se desejam explorar as feições. A nuvem que passou engoliu o sol da nossa tarde, mas deixa, assim vemo-nos melhor! E rimos na mesma, sem parar, sem cansar.
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