Sunday, September 23, 2007

tanto

É tanto que gosto desse vento de ti que me sopra a cara e os cabelos e os ombros. É tanto o que sinto no toque, na palavra e cá dentro no peito, cá dentro, cá dentro. É tanto o que me fazes, tanto é o que me cometes, me falas aos olhos e às mãos e às costas também. É muito, tanto, o que trago de ti, o que deixas ficar, o que se arrasta comigo de ti depois do olhar fugaz que desce. É tanta a força que dói na garganta e cá fora nos olhos e nas bochechas e no pescoço, depois. Tanto, tanto... É tanto o tamanho desse nó que me deste, que te dei a ti. É tanta a largura do falar em que adormecemos. Tanto é o uníssono da mente, do peito, da barriga e dos dedos e da coisa mais bonita em que nos sentimos. Tanta, tanta... é a saudade de ti em que agora me embrulho. Tanto é o longe que estás, ainda que aqui ao lado. É tanto, isso que temos... é tanto o que te quero. És tanto, tanto, tanto...

2 Comments:

Blogger zaok said...

you'r in looOOoOOve :D

2:51 AM  
Anonymous Anonymous said...

Mafalda

Preocupam-me estes nós cegos que atas, estas saudades em que te embrulhas, a tua ilusão quanto à existência de uníssonos de mentes.

És romântica e muito jovem. Os teus textos são uma maravilha. Mas deves cuidar-te.

Não esperes e, sobretudo, não desejes, uníssonos. Na vida real esses uníssinos são apenas uma ilusão e escondem (exigem!) a anulação de uma metade.
O amor é a ferramenta mais eficaz na gestão das diferenças e das divergências.

Não te embrulhes em saudades. Embrulha-te antes na alegria de viver plenamente e vive o amor com alegria.

Faz-te forte. Entrega-te, sim, mas não percas o pé, não te deixes ir completamente. Não dependas. Não invistas tudo ali como se nada mais existisse.

Em muito jovem era um pouco como tu e também sofri. É por isso que insisto: deves cuidar-te! É preservando a tua autonomia (a palavra não é a melhor,mas não me ocorre agora outra) que conseguirás preservar o amor que sentes e reconhecer aquele que te dispensam. Da entrega total que transpareçe nos teus textos desde sempre, virá sempre a frustração, a insatisfação permanente, a melancolia, a espera, o amárgo das despedidas, o horror da perda. Os bons momentos transformam-se em breves instantes, pequenos intervalos no imenso sofrimento a que te entregas sem luta.

Até sempre

5:14 PM  

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