Friday, November 16, 2007
Sunday, November 04, 2007
Porque eles me lembram de nós
Tu fazes-me sorrir, mesmo quando tento ficar séria. Tu fazes corar as minhas bochechas, fazes arder o meu peito, fazes cerrar as minhas mãos.
Tu fazes-me correr, mesmo que não queira passar do mesmo passo. Tu fazes-me gritar, tu fazes arrefecer a minha barriga, fazes aquecer tudo quando eu tenho frio.
Eu quero mais de ti. Eu quero mais de nós.
Eu quero mais disto que me alenta e preenche o coração.
Quero mais estes dias de nós em que não tenho vontade de ir dormir, quero mais desta diversão, desta nossa vida em que me sinto tão feliz.
Quero para sempre o sol e quero para sempre a lua.
Porque eles me lembram de nós.
Tu fazes-me correr, mesmo que não queira passar do mesmo passo. Tu fazes-me gritar, tu fazes arrefecer a minha barriga, fazes aquecer tudo quando eu tenho frio.
Eu quero mais de ti. Eu quero mais de nós.
Eu quero mais disto que me alenta e preenche o coração.
Quero mais estes dias de nós em que não tenho vontade de ir dormir, quero mais desta diversão, desta nossa vida em que me sinto tão feliz.
Quero para sempre o sol e quero para sempre a lua.
Porque eles me lembram de nós.
Sunday, September 23, 2007
tanto
É tanto que gosto desse vento de ti que me sopra a cara e os cabelos e os ombros. É tanto o que sinto no toque, na palavra e cá dentro no peito, cá dentro, cá dentro. É tanto o que me fazes, tanto é o que me cometes, me falas aos olhos e às mãos e às costas também. É muito, tanto, o que trago de ti, o que deixas ficar, o que se arrasta comigo de ti depois do olhar fugaz que desce. É tanta a força que dói na garganta e cá fora nos olhos e nas bochechas e no pescoço, depois. Tanto, tanto... É tanto o tamanho desse nó que me deste, que te dei a ti. É tanta a largura do falar em que adormecemos. Tanto é o uníssono da mente, do peito, da barriga e dos dedos e da coisa mais bonita em que nos sentimos. Tanta, tanta... é a saudade de ti em que agora me embrulho. Tanto é o longe que estás, ainda que aqui ao lado. É tanto, isso que temos... é tanto o que te quero. És tanto, tanto, tanto...
Wednesday, August 15, 2007
não vás
Queria sentir o teu perfume em todas as horas sem descansar sequer um bocadinho. Preferia se assim fosse. Porque me sinto caída quando não estás aqui. Rebolo pelos panos abaixo, arrasto-me pelo soalho mas no fundo continuo inerte. O sossego mora comigo mas quando vais embora ele parte contigo e deixam aqui uma psique estagnada em luz e sorriso e um sentimento luxuoso que não antes tinha provado. Então adormeço a custo. Então tenho sonhos maus. Então acordo assustada de mãos suadas e pernas recolhidas ao peito. E ergo-me de sorriso pregado porque me esperam horas de ti e de nós, num caminho infindável de cumplicidades e palavras bonitas, que sempre fazemos de olhos dados e um vagaroso pé ante pé.
Desta vez, por favor, não vás.
Desta vez, por favor, não vás.
Friday, August 10, 2007
casa
Que invasão é esta que sinto num todo de mim, que me aconchega, me pega e alarga o coração? Que me sente e desmente o frio, me nega o choro e circula em mim e grita a paixão de viver assim, de mãos dadas. Não há triste , há calor, há sorriso e uma pegada gigante de quem jamais me deixa cair.
Nas noites que não conhecem saída, que não falam do fim, não o avistam, sequer, voltas a casa, quente e fazes de ti um rei de suores, de gritos. Fazes de mim voltas envoltas em lençóis, braços e músculos. E bocas unidas que conversam baixinho enquanto de novo voltas a casa, mais uma e outa vez. E nesta continuidade de venenos, palavras, sangues e suores, caminhas em mim e sustentas o meu peito, onde mais tarde sempre acabas por adormecer por estares em casa.
Nessa invasão em que os dois nos sentimos... Já que os dois somos só um.
Tuesday, May 29, 2007
à Madalena
E agora que parece ter chegado um fim sentes que há coisa qualquer que te divide, que te trespassa, que te ultrapassa. E agora que já estás crescida, um bocadinho mais crescida, sentes que hé retorno e há permanência. E agora chega uma manhã em que olhas tudo uma última vez, por aí, e sorris devagarinho e não muito sinceramente pelo que vais rever por cá! E agora, que tanto orgulho cai de mim, sai de mim, pinga de mim, grito de mim, que tenho em ti, em tudo o que me fizeste sentir mesmo com a tua ausência, em tudo o que há em ti, em tudo o que és. Foi uma viagem mais viajada que o vôo, mais vivida, mais meretriz, mais rainha, mais chorosa, mais contente e esplendorosa. Foi tudo o que disseres que foi, e foi ainda mais tudo o que não disseres porque não consegues, porque não sai de ti, não sai de ti.
Mais de ti tenho eu, ainda tenho aqui. Mais de ti espero, mais de ti anseio, mais de ti há tanto não cheiro e não oiço e não rio e não e não, há tanto tempo. E agora, meu amor, que sentimento esse de um novo ocidental, que nem um pessoa, quem nem almas mil, como eu, como eu só às vezes. Como eu que não mais sustento em mim este grito, como eu que não mais crio estruturas para as saudades que vieram. Menos leio de ti, menos há do que escreves, coisas bonitas, bonitas como tu, como nós.
Agora. E agora, que te espero, meu amor... Vem, anda para cá, anda para nós que os nós de ti que nos deixaste e apertámos estão prestes a soltar, a abraçar a ti, meu amor, meu amor.
Sunday, May 06, 2007
és
És chocolate doce que suja minha boca
És mãos e água que a limpam e lhe dão de beber
És carne que mordo, que trinco, que sugo e beijo
És canção, tambor, música que canto, toco e vejo.
És degraus altos que movem meus tendões
És roupa, pele e manta que lhes dão cobrir
És lágrima que choro, que suo, que bebo e sinto
És ninho, cama, chão que desfaço, prendo e minto.
És limpo céu que cala meu pulmão
És punho e murro que o fazem não morrer
És parede que encosto, que parto, que empurro e invento
És silêncio, calma, paz que inspiro, consumo e sustento.
És mãos e água que a limpam e lhe dão de beber
És carne que mordo, que trinco, que sugo e beijo
És canção, tambor, música que canto, toco e vejo.
És degraus altos que movem meus tendões
És roupa, pele e manta que lhes dão cobrir
És lágrima que choro, que suo, que bebo e sinto
És ninho, cama, chão que desfaço, prendo e minto.
És limpo céu que cala meu pulmão
És punho e murro que o fazem não morrer
És parede que encosto, que parto, que empurro e invento
És silêncio, calma, paz que inspiro, consumo e sustento.