cá está
E eis senão quando chega! O fim dos meus dias numa prisão ao acaso inventada, aqui mesmo em casa. Pequenina com castigos que alargam outros conhecimentos e encurtem tantas outras coisas que há lá fora, depois da grade que realmente não existe. Existe... existe na minha cabeça.
Chega o fim desses dias e com ele a vontade pesada de "apetece". E desço a uma Lisboa mais baixa, a uma mente libertina de compaixões e braços torcidos. E lá chama o enorme caudal que enriquece a nossa cidade, o Tejo apela a nossa visita. Eu sinto que ele sente a nossa falta. Seria de estranhar o contrário, mas eu sinto também saudades dele, ainda que me baste abrir a janela da sala. Posso vê-lo sempre que quero. Mas as saudades que sinto são um todo, uma misturada bem concebida de paixão, segurança, peles curtidas pelo sol, e o desafogo de ter perto a importância extrema que costuma estar longe. E por outros fumos e outras gotas, um momento que dá a sensação de ser para sempre, não sei explicar. Talvez eu fosse capaz de parar para sempre num momento como aquele. Mas é isso que sinto, isso que me parece tão rara felicidade, isso que vou fazer com que dure, com que permaneça, com que me faça apetecer coisas dessas, ainda que não as possa ter sempre.
Isso, aliás, torna isto muito mais interessante, muito mais difícil. Impossível é que não... Não com isto que sinto aqui.
Chega o fim desses dias e com ele a vontade pesada de "apetece". E desço a uma Lisboa mais baixa, a uma mente libertina de compaixões e braços torcidos. E lá chama o enorme caudal que enriquece a nossa cidade, o Tejo apela a nossa visita. Eu sinto que ele sente a nossa falta. Seria de estranhar o contrário, mas eu sinto também saudades dele, ainda que me baste abrir a janela da sala. Posso vê-lo sempre que quero. Mas as saudades que sinto são um todo, uma misturada bem concebida de paixão, segurança, peles curtidas pelo sol, e o desafogo de ter perto a importância extrema que costuma estar longe. E por outros fumos e outras gotas, um momento que dá a sensação de ser para sempre, não sei explicar. Talvez eu fosse capaz de parar para sempre num momento como aquele. Mas é isso que sinto, isso que me parece tão rara felicidade, isso que vou fazer com que dure, com que permaneça, com que me faça apetecer coisas dessas, ainda que não as possa ter sempre.
Isso, aliás, torna isto muito mais interessante, muito mais difícil. Impossível é que não... Não com isto que sinto aqui.