Sunday, November 26, 2006

inevitável

E depois olhas assim, num jeito que me julgava antes capaz de manter no sítio certo. Ou talvez o sítio certo seja descoberto só depois. Vou tentar perceber isto, tentar dar ordem ao que me corre no pensamento. Tu abrigas-me, proteges-me... Eu sinto! Por isso te digo que quero falar. Somos amigos de verdade numa intimidade que ferve, agora. Quero a tua companhia que me é quente.

Monday, November 20, 2006

alto bairro

Thursday, November 16, 2006

a ti, também

p. diddy - making it hard

Agora estou vazia de uma maneira absurda que penso nem sequer existir. Ainda que exista, deixo-me pensar como quero que seja. Pareço-me abandonada, mas a ti esse abandono que ao fim ao cabo até cometes, não causa transtorno, não te incomoda os pensares. Estou insuficiente, vou encontrar uma vida que me sirva melhor. Como uma luva. Quando não serve um par, procura-se um outro, com mais tamanho. E vais ver que nem te vais aperceber, porque também tu não te aparentas muito preocupado com o que comigo se tem passado e isso, quer te apeteça ou não, dói. Com essa dor posso eu bem; é do hábito, sabes? Acho que muitas pessoas pensam que esse sim, é verdadeiramente um mau hábito, uma coisa errada. Se temos alguém temos de poder contar com esse alguém, não apenas só conosco.
Não sei já se esta cobardia tamanha é tua ou minha. Já pensei que chega a ser minha mas sei bem (e disso não há quem saiba como eu) a força disto que sinto por ti, o quão pronta estou sempre para ti e para os teus sonhos. Também sei e isso sinto, até, as restantes "coisas" que me vão acontecendo de uma ou de outra maneira. Leia-se tudo o que não tem a ver contigo. Mas disso também não tens tu grande vontade de conhecer. E eu, que preciso tanto que o queiras. Não quero habituar-me a isso. Não quero e não vou.
Quando eu a encontrar, a outra vida... Não vou ter maus hábitos. Quero-te a ti, também!

Thursday, November 09, 2006

És bonito

dire straits - sultans of swing

É a maneira como tudo acontece. O jeito que levas quando falamos, o carácter que tomamos os dois juntos. Parece-me, às vezes que tudo está de olhos postos em nós. Parece que tudo nos admira na nossa desmedida diferença na felicidade. São deslumbrantes as coisas que temos a mais e as que temos a menos por apenas não nos preocuparmos com elas. É carne, é sede, é música e imagem tudo o que passamos juntos, é vendaval e acolchoado isto que me fazes sentir. Sim tu, que te abres num sorriso que me espreme da ponta dos cabelos até à pontinha dos pés, na minha quase pequenez que quase já não te cabe na mão. Tu, que me esmolas com essa teimosa discussão que, por cima, sabes que também piso. Também eu tenho essa gana da insistência, da defesa da minha maneira, do meu actuar.
É a forma como já deixámos de dizer o que nos sentimos, a maneira como queremos que, de quando em vez, se preciso for, se diga essa ou uma outra palavra.
Eu cá penso que não estamos muito precisados disso. Eu estou precisada de ti, estou numa falta que me cometes, numa intransigência atroz de ausência de ti, de todo tu, por inteiro.
Para facilitar e atenuar, continuas aí, não sais senão de vez em quando. Para facilitar, para espairecer vens e contas as loucuras, as tuas missões de uma metragem. E, de disco riscado, vens e dizes que na altura houve medo. Vens, de sorriso desdobrado e engomado, contar-me as quantas peripécias que já tem o teu maquinismo adulto. Então esmagas-me, no meu quase todo!
É deliciosa a maneira como quero muito continuar a olhar para ti. É assombrosa a maneira como me preenches.
E és bonito!