dire straits - sultans of swing
É a maneira como tudo acontece. O jeito que levas quando falamos, o carácter que tomamos os dois juntos. Parece-me, às vezes que tudo está de olhos postos em nós. Parece que tudo nos admira na nossa desmedida diferença na felicidade. São deslumbrantes as coisas que temos a mais e as que temos a menos por apenas não nos preocuparmos com elas. É carne, é sede, é música e imagem tudo o que passamos juntos, é vendaval e acolchoado isto que me fazes sentir. Sim tu, que te abres num sorriso que me espreme da ponta dos cabelos até à pontinha dos pés, na minha quase pequenez que quase já não te cabe na mão. Tu, que me esmolas com essa teimosa discussão que, por cima, sabes que também piso. Também eu tenho essa gana da insistência, da defesa da minha maneira, do meu actuar. É a forma como já deixámos de dizer o que nos sentimos, a maneira como queremos que, de quando em vez, se preciso for, se diga essa ou uma outra palavra. Eu cá penso que não estamos muito precisados disso. Eu estou precisada de ti, estou numa falta que me cometes, numa intransigência atroz de ausência de ti, de todo tu, por inteiro.Para facilitar e atenuar, continuas aí, não sais senão de vez em quando. Para facilitar, para espairecer vens e contas as loucuras, as tuas missões de uma metragem. E, de disco riscado, vens e dizes que na altura houve medo. Vens, de sorriso desdobrado e engomado, contar-me as quantas peripécias que já tem o teu maquinismo adulto. Então esmagas-me, no meu quase todo!É deliciosa a maneira como quero muito continuar a olhar para ti. É assombrosa a maneira como me preenches.E és bonito!