Sunday, October 30, 2005

York Nova

Na quinta feira que passou fui surpreendida com um presente a minha porta. Vestia-me apressadamente quando de repente tocam a campainha as 9 da manha... "deve ser um urso qualquer a fazer publicidades irritantes" pensei com os botoes que ainda nem tinha abetoado. Tocaram mais uma vez e eu, para nao bater na Delfina por nao saber por que razao nao abria a porta nunca mais, fui a correr e eis se nao quando... Um Principe das Planicies Douradas aparece ali mesmo mesmo a minha frente! Depois de alguns piscar e esfregar de olhos, eu percebi que sim, ali estava ele! E decidi entao nao ir as aulas, logo quando, tendo boleia dele no seu cavalo, podia ter chegado a horas (so uma pessoa pode ler isto de outra maneira). E foi assim... Isto na vespera de partir a Nova York com a familia. E eu estava mesmo bem, mas aquilo foi ouro sobre azul! Para alem disso, fez-me apanhar o aviao com um sorriso de orelha a orelha, coisa que jamais me tinha acontecido! Era o que eu precisava! E que bom que foi! Agora Nova York e outra historia!
Eu gosto particularmente disto. Cheguei aqui com a sensacao de que ja ca tinha estado e apercebi-me de que e a cidade perfeita para viver, ainda que nao conhecendo muitas outras que sao conhecidas com potencial para isso, tambem! Mas o facto e que conheco isto bem demais para quem nunca ca esteve antes! Nao sei, soou-me a estranho! Freaky!

Agora... palminhas olare palminhas que se faz tarde... take care now, bye bye then!
Ah... amanha e noite de Halloween! hahah! E verdade, o texto nao tem acentos nem essas coisas que tem a nossa maravilhosa escrita porque enfim... USA!

Tuesday, October 25, 2005

Fantástico

LCD Soundsystem - disco infiltrator

Quem acompanhou o trabalho de Walt Disney desde miúdo sabe bem do que falo! Não desprezando todas as histórias de fantasia que o grande Disney e a sua equipa animaram ao longo da sua vida, há uma obra que vale ouro, se não mais! Falo de Fantasia. Walt Disney pretendia que aquele fosse um trabalho em progresso para sempre, lançado e relançado com novos e velhos segmentos, estando sempre actualizado o que, infelizmente, não aconteceu! Ninguém discute (o que se atrever que atire a primeira frase) que o filme é hoje um clássico. Mas, em 1940, data da estreia, os críticos nao apoiaram o filme. Pior, consideraram-no pretencioso e monótono. Visto isto, ninguém pensa que as coisas possam piorar (mas depois, lá está... chega o cabresco do Murphy) e eis que pioram mesmo! Walt Disney passa por uma crise em que perde a maioria dos lucros no exterior, já que a Segunda Grande Guerra actuava no palco Europeu. Mas nem tudo estava perdido! A partir dos anos 60, Fantasia começa a encontrar o seu público e para além disso, o VHS do filme tornou-se num dos mais vendidos de sempre quando o lançaram em 1990.
Esta pequena maravilha da animação consiste (que me lembre) em sete ou oito segmentos de desenhos animados, acompanhados pela melhor música clássica de grandes mestres como Bach, Tchaikovsky, Bethoven entre outros grandes nomes.
A personagem mais querida, chamemos-lhe assim, pelo público é, penso, o aprendiz de feiticeiro, a quem Mickey Mouse dá corpo e que é o pontapé de saída para o desenrolar de todo o filme. A cena que não me sai da cabeça (para além da dos cogumelos) é aquela em que o aprendiz rouba o chapéu mágico do seu mestre e dá vida um molhe de vassouras para que elas encham o caldeirão de água, de maneira a que ele não tenha de o fazer. É demais! E a música... a música faz tudo, já que as personagens não falam.
Walt Disney fez e faz as alegrias de tanta gente por esse mundo fora! Os miudinhos apaixonam-se pelas donzelas e as meninas pelos principes que nem sequer existem!
É Fantasia!

Monday, October 24, 2005

(irrit)antes Verdades

Tom Jobim - Garota de Ipanema

Precorria hoje o princípio da avenida infante santo, em caminho de um sítio onde ando a chular uns amigos designers (para quê é que já não digo) quando de repente, mas eu até pressentia, um dos muitos meus amigos pombos fez o favor de me usar como o seu real trono o que, digamos, não tem piada absolutamente nenhuma! E depois comecei a lembrar-me das fantásticas leis de murphy e aquele gajo pah... aquele homem sabia tanto! Mas eu detesto as leis dele... Detesto, mão consigo gostar nem perceber como se pode ser tão pessimista! O que é um facto é que se um pombo naquela rua tivesse de cagar... sim, seria naquela mesma altura em que eu passava debaixo do seu ramo e sim, mesmo que fosse acompanhada, ele acertaria (como fez) mesmo na minha cabeça! Não havia outra hipótese! Esta é a primeira lei de Murphy. Se numa situação, alguma coisa pode correr mal, vai correr mal de certeza, da pior maneira, no pior momento!
Mas eu acho isto de um pessimismo atroz!

No entanto, ele tem umas que são do caraças... ficamos mesmo a pensar nelas, como ja nos aconteceu um milhão de vezes e como são mesmo verdade; "tudo leva mais tempo do que todo o tempo que se tem disponível." ; "Todo corpo mergulhado numa banheira faz tocar o telefone." ; "Nunca há horas suficientes num dia, mas há sempre muitos dias antes do sábado" ; "A fila do lado anda sempre mais rápido." ; "Se não estás confuso, não estás a prestar atenção." ; "O vírus que o teu computador apanhou só ataca os arquivos que não têm cópia." ; "Uma gravata limpa atrai sempre a sopa do dia." ; "Nada é tão fácil como parece." ; "A matéria será danificada na proporção directa do seu valor."

É do pior, não é? Tanto negativismo. Eu de facto não funciono assim, mas isto tem o seu quê!

Sunday, October 23, 2005

Bossa

Caetano Veloso - chega de saudade

Vinicius de Moraes é um nome enorme na Bossa Nova. Bossa significa uma espécie de aptidão natural. Os brasileiros dizem "ela tem bossa!", o que é equivalente a "ela sabe como fazê-lo!". Os portugueses dizem "ela tem busso!"... ahahah (destrutivo, sempre destrutivo). Bom... para além disso, bossa também significa qualquer coisa nova. Existe desde 1950 no Rio de Janeiro e surgiu com vista a inovar a cultura musical brasileira, o samba. A maioria dos músicos que participaram no movimento eram apreciadores de Jazz, cujas características básicas passaram na altura a fazer parte da Bossa. Juntavam-se em reuniões, as samba sessions. Podemos dizer que o samba evoluiu para a bossa bem como o swing para o bop, ou seja, as características ritmícas e melódicas foram substituídas por técnicas mais modernas. Estabeleceram-se alguns nomes importantes que participaram neste movimento, entre eles Vinicius de Moraes, compositor e poeta, autor de centenas de obras musicadas para Bossa Nova.
Deixo aqui um dos poemas que compôs juntamente com Tom Jobim. É demais:

Vai minha tristeza
e diz a ela que
sem ela não pode ser


Diz-lhe numa prece
que ela regresse,
porque eu não posso mais sofrer

Chega de saudade,
a realidade é que
sem ela não há paz
Não há beleza
é só tristeza e a melancolia
que não sai de mim,
Não sai de mim,
não sai

Mas se ela voltar, se ela voltar,
que coisa linda, que coisa louca

Pois há menos peixinhos a nadar no mar,
Do que os beijinhos que eu darei na sua boca

Perto dos meus braços os abraços hão
de ser milhões de abraços
Apertado assim, colado assim, calado assim,
Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim

Que é prá acabar com esse negócio
de você viver sem mim
Não quero mais esse negócio

de você tão longe assim
Vamos deixar desse negócio
de viver longe de mim


Não é uma beleza?

antigo, antigo

radio fazuma

Fazem-se três covas. Cada jogador lança o berlinde e quem conseguir chegar mais longe inicia o jogo que consiste em tentar enfiar os berlindes sucessivamente nas três covas que estão em linha recta, dando-lhe assim... como direi? Uns "piparotes". Quando se consegue chegar à última cova, faz-se o percurso no sentido oposto e à medida que os jogadores vão conseguindo estas etapas, ficam com o direito de tentar acretar nos berlindes dos outros jogadores, ficando com eles se o conseguirem!

Lembram-se de jogar ao berlinde? Não era hilariante? Falo por mim! Estava sempre em pulgas para ir para o recreio e misturar-me com a rapaziada a sujar o vestido na terra já localizada e sabida de cor, com as covas, mais conhecias por "locas". E ainda ganhei alguns. Era fixe! As pequenas esferas de vidro ou de metal fizeram durante recreios inteiros as minhas delícias. Os olhos brilhavam.

Não como agora brilham...

Wednesday, October 19, 2005

Vítor

System Of a Down - radio video
Quem é que não se lembra de ter quatro anos e odiar que chegasse aquela fase pós-jantar em que a pouco e pouco se aproximava o momento de ouir a Mãe dizer "para a cama". Parece até que consigo ouvi-la agora! Mas isso não era mau de todo, sem contar com o constante atrasar do ir lavar os dentes. Mas depois lembrava-me "ah, ainda não deu o Vitinho!". Ora para quem não sabe, o Vitinho é um jovem amigo com um chapéu de palha que juntamente com a sua almofada nos cantava uma cantiga para que soubessemos que era já hora de dormir (mesmo depois da Mãe dizer mil vezes). E eu não desgrudava a televisão. Mas eu grudava mesmo! Via o Vitinho com a cara a uma distância de dez centímetros da caixa mágica (e em vez de ouvir "para a cama" passei a ouvir "vais ficar com os olhos tortos!") E só depois do Vitinho, aí sim, caminhava de rabo pesado para o beliche (no caso). A Mãe perdeu para sempre a autoridade (apenas na hora de dormir) que o Vitinho passou a ter. Que infância feliz! Mas como a televisão portuguesa adora estragar tudo, o Vitinho deixou de nos vir adormecer e durante uns largos anos era mesmo a voz da Mãe que ali comandava o jogo. Agora (não sei se ainda), uns estúpidos, patéticos, anormais e amarelos "patinhos" tentam substituír o nosso pequeno Vítor, fenómeno que jamais acontecerá. Nunca esses inúteis animais que nem uma canção de embalar sabem o que é, já para não falar que a cantiga existia já antes de nós nascermos e nem na criatividade apostaram, mudando umas palavrinhas apenas, irão tirar o lugar do Vitinho dos nossos sonhos! Eles queriam! Mas não conseguiram, aliás, resultados à vista, não é assim? Um breve revivalismo das nossas infâncias! E que bom que é, não acham?

Tuesday, October 18, 2005

Treze


ACDC - thunderstruck
Há certa superstição que me intriga e me deixa curiosa desde sempre, ou desde que a conheço. Falo de Sexta-feira 13 e de tudo o que é simbolismo alusivo ao número. Como a curiosidade matou o gato, não resisti a perguntar a alguém que conheci que basicamente vive na superstição e que então me deu algumas explicações e esfaqueou a minha curiosidade. A delícia foi ouvir que há um nome científico para o medo da sexta-feira 13, triscaidecafobia, palavra que tive de escrevinhar à pressa num qualquer bloco com a certeza de que chegava a casa e lembrar-me-ia de qualquer coisa parecida com frigorífico. Adorava que assistissem à cena só para poderem acreditar em mim quando não consigo descrever a cara que tinha quando me disse que "o 13 é um número fatídico, pressagiador de infelicidades".Não contive a gargalhada. Depois desbobinou uma série de superstições que eu por acaso conhecia, como a dos 13 convidados à mesa. Mas com um bónus de explicação; é tradição evitar 13 pessoas à mesma mesa como uma... como direi? Reminiscência da Última Ceia, quando Jesus Crsito se reuniu com os seus doze apóstolos, anunciando-lhes a traição de um deles e o seu próprio martírio. Curioso, hein? E depois citou-me assim uma série de coisas engraçadas que eu não considero fiáveis, mas ainda assim, bastante curiosas. Napoleão começou a perder a guerra numa sexta-feira 13, acontecimento que ninguém pode provar. Nos Estados Unidos, os aviões não têm o lugar 13, passam de 12 para 14, já que ninguém compra aquela cadeira. E imaginem este sicko dizer-me que leu num qualquer artigo que um outro sicko tinha reparado que no selo Americano, a águia sustenta um escudo com 13 listas, segura 13 galhos de oliveira na pata direita e 13 flechas na esquerda. O círculo sobre a sua cabeça é formado por 13 estrelas.
Eu ligo pouco a estas coisas, mas esta do 13 estava-me atravessada. Tem certamente mais que se lhe diga, mas eu contento-me com isto! Agora divirtam-se vocês.

Monday, October 17, 2005

Sotaque

Jill Scott - golden
Ouvir falar outras línguas é fascinante. Ouvir falar outras línguas vindo de quem o sabe fazer é delicioso! Contudo, pode tornar-se chato e perseguidor. Sim, perseguidor no sentido em que um assunto que não nos é favorável, ou que não nos agrada assim tanto, implica a audição de uma outra língua, seja ela qual for. Não, não me fiz expressar bem... Quando ouvimos falar certa língua que não a nossa e isso nos remete ou nos faz lembrar um assunto que não nos agrada, aí sim, torna-se perseguidor. Mas ainda assim não deixa de ser agradável (óptimo, no caso). E isto é contraditório. Em boa verdade, há certa pessoa que o faz como ninguém (pelo menos que eu conheça). É assim uma espécie de facilidade, como direi? E o pior, amigos... O irritante, o maçador, o que irriga os nervos, o que faz comichão no dedo mindinho do pé esquerdo é o facto da pessoa em questão saber que o faz como ninguém e pior, saber que isso faz comichão do dedo mindinho, saber que é maçador, saber que isso irriga os nervos! Pior ainda... A pessoa sabe que no entanto, há sempre alguém que adora ter comichão no dedo mindinho e ficar com os nervos irrigados. Enfim, é uma pessoa assim... como direi? Não, não direi!
O sotaque, seja ele em que língua for, alcança-se com alguma prática, eu acho. Há quem o traga debaixo do braço e um escrito na testa: "Bajulem-me!"

Sunday, October 16, 2005

Obra Urbana


Sam The Kid - respeito

Ainda na passada sexta-feira, Bairro alto, ali bem perto das fufas, assumi-me como uma mera observadora (que sempre sou) e reparo a certa altura num rapaz dos seus vinte anos enquanto este rabiscava as paredes de um daqueles prédios de Pombal ou, para quem está dentro do assunto, "pah, era um gajo que 'tava a dar uns tags". Ora isto, como sabemos, não é um acto que nos passe despercebido. Nós sabemos que eles o fazem, aliás, basta ir olhando para os muros e paredes por esta cidade fora, mas de facto a sensação de os ver fazer é diferente. Enquanto o jovem se exprimia através de uns rabiscos, passava um grupo de... como direi? Gente mais velha, ou então: "pah... passaram uns cotas!" que, como seria de esperar, fizeram o seu papel; "Olha lá... achas isso bem?". Claro está que a jovem criatura, rebelde e revoltada, deu as suas respostas e enquanto isso acendeu ali discussão. E isto deu-me para pensar se ele estava ou não a praticar vandalismo. A verdade é que a minha conclusão leva-me a dizer que sim, tags é um acto vândalo, na minha opinião, pelo menos.Mas depois pus-me do lado do rapaz. A origem do graffiti está ligada ao movimento Hip Hop, que surgiu nos guetos de Nova York em meados da década de 70 com o objectivo de apaziguar contrariedades existentes entre jovens agrupados em "gangues". Estes jovens sentiam a rua como um sítio descontraído para se manifestarem como jovens excluídos, socialmente oprimidos e sentindo a humilhação de ser negro e pobre numa sociedade que valorizava as condições opostas. Imaginem isto nos Estados Unidos, constantemente marcados pelos conflitos raciais. Eles usavam o espaço público de uma maneira (para eles) mais democrática, sempre em protesto contra o "sistema".Eu gosto de graffiti, mas nem por isso deixo de considerar o tag um acto de vandalismo. Graffiti é arte, arte urbana mas tag não é graffiti e por essa razão achei a intervenção de tais "cotas" mais do que justificada. Às tantas o rapaz, sempre calmo e descontraído com um ar de quem tinha a plena consciência do que fazia, disse "nós em Lisboa temos poucas paredes legalizadas, e isto é o que nós gostamos de fazer! Não deixo de o fazer só porque não tenho onde o fazer!". O que é um facto é que os senhores já mais velhos não se dignaram a responder. Mas aquilo não era graffiti, graffiti sim é arte, sou a primeira a dizer. Os tags sujam paredes que são de todos, é vandalismo e como se isso não bastasse, é feio e suja o campo de visão de um qualquer observador. Ainda assim, sempre tive curiosidade em saber o porquê de andar com uma trincha no bolso e de quando em vez assinar umas paredes. Que coisa feia!

de fac(h)ada


Jazzmatazz, Guru - lost souls

Diz-se que a parte da frente é um prémiére de tudo o que vem depois. Um primeiro contacto e, antes de mais nada, o mais importante. Há quem leve isto à letra, o que eu prefiro não fazer. Regendo-me pelo caquético dito "as aparências iludem", eu considero a fachada de facto importante, mas nem por isso o que revela. Por isso subscrevo "as aparudas iludêncem", uma alteração feita por mim, considerando haver casos e casos. Dando continuidade à hisória da frente, sugiro que um alguém me arranque das costas este punhal (é que incomoda quando me encosto). Tudo para dizer que, não sendo de facada que as coisas se fazem, nem muito menos aprovando o assunto da "fachada", este é um primeiro... e se me fizerem o favor (bem como eu), esperem por mais ideias.Queria só a modos que... dar um "quelque chôse" de qualquer coisa...

Desenrasca

Norah Jones - i got to see you again