Monday, January 30, 2006

eu juro

Jamiroquai - Loveblind

E a vontade aumenta. Juro que não quero saber se sou repetitiva. Juro que gosto de escrever estas coisas, parece que me aproximo um bocadinho mais. Certo é que, quando me vou deitar, já há distância outra vez mas eu juro... eu juro que o durante é bom. Eu juro!
Os Filipes estão já aqui ao lado e eu juro que a capital está cada vez mais próxima. E eu juro, mas juro que só ainda se passaram cinco meses e juro que juro que falta mais do dobro. Juro que não há crise.
Juro! Juro que isso me dá pica e que as vezes juro, oh se juro que me faz chorar.
Juro que há coisas que só uma gente é que sabe e juro que sabe mesmo e que sabe do que falo. Juro que não preciso de dizer! Juro que acho que quero mais, às vezes. Mais e mais, mas juro que menos doloroso não penso ser possível. Enfim... Enfim, eu juro que a tal palavra saudade que só existe em português (isso eu juro!) deve fazer parte de mim quando não estou contigo!
Juro!

Meninas diferentes

Andava aqui a vasculhar e dei com esta fotografia que tirei no Egipto, se não me engano na Alexandria, e lembro-me agora da reacção dos mais pequenos. O excitamento invadia-as num misto de timidez e curiosidade que as deixava neste estado. Acenavam, diziam "hello" e riam-se muito. Talvez por verem pessoas diferentes, talvez por nos passearmos com um bocadinho de tecnologia na mão. Eu, inquieta, fotografava-as e dava-lhes a minha conversa. Elas faziam-se à fotografia, ainda que soubessem que com isso não ganhavam nada.
Tocam-me na cara, mexem-me no cabelo e mostram-no umas às outras.
Uma sensação de arrepiar!

Sunday, January 29, 2006

Estio

gotan project - triptico

Lisboa foi hoje invadida por, imagine-se, neve! E no meio daquilo que a mim me parecia um filme de verdade, eu senti falta do verão, do calor. Verão é calor mas calor não é verão. Eu senti já calor no inverno. No verão fico com melhor cara, no verão não há depressão. Verão é definitivamente a minha estação. O fim da primavera também me faz mais feliz, mas faz-me espirrar. Tenho muita vontade de que não seja inverno. Se ao menos pudesse ter calor sempre que quero, sendo ou não inverno...
Mas isso não me é permitido. Já no verão posso tê-lo sempre, nem que seja por ser verão.
Não devia ser tão longe, essa civilização que me dá calor.

Saturday, January 28, 2006

Fazes-me falta

É... fazes-me falta.

Tuesday, January 24, 2006

a tal terra-natal



Tenho ultimamente feito um esforço para não pensar ou pelo menos não me lembrar da triste realidade que se passa em relação aquela vila. Aquela mais a norte, onde no inverno faz mais frio e no verão menos calor. Onde as praias eram enormes e agora cada vez mais pequenas, até com lagoas artificiais que me dão a volta ao estômago. Onde havia um parque verde, muito verde, onde se andava de patins, comíamos mini-milk e rastejavamos na areia porca dos baloiços que eram vermelhos, enferrujados pela humidade do mar a escassos metros de distância dali, de onde nós brincávamos. A rua do xico, o jogo da bola, as furnas, as ribas e a nossa casa. A nossa casa com vista para o mar.
Isso que agora me dói, isso que agora não mais vai ser nosso. De certa forma, as virtudes de uma ericeira deserta, cheia de sol e de granizo, foi vivida por nós naquela casa ou fora dela. Mantas na varanda e brinquedos enstendidos por ela fora. A despreocupação das horas, as gargalhadas e a cara suja enquanto brincava deitada no chão, com o cão. Imagens que não mais podem ir embora, mesmo quando os olhos ardem de tanto sol.
Apertava os sapatos, vestia o casaco e ia comprar pinta-línguas. Acordava cheia de sol e ia a pé para a escola. Coisas que não se hão de repetir.

Ericeira, onde o mar é mais azul... onde vais?

Monday, January 23, 2006

eis porque me sacrifico durante duas noites na estrada que une os dois países

a.f.i. - but home is nowhere

Um "porque vale a pena" seria sem dúvida sficiente. Mas é tão mais do que isso que não posso deixar assim "sem sal" (nem pimenta). É porque sim, é porque considero importante. Importante para dois. É porque gosto, porque a chegada sabe bem, porque a partida sabe mal, porque a ausencia nao o chega a ser, porque a presença vale por tudo, porque passa a ser um fim de semana enorme, porque acordo noutro sitio exactamente como apetece, porque me sinto bem, porque no ultimo dia nao apetece nada, porque sim!
Porque quando isto tudo acontece já sei que estou lá. Não imaginam como é bom!

Saturday, January 14, 2006

por dá cá aquela palha

Ultimamente tenho pensado em coisas estúpidas. Durante os seis minutos que demoro a adormecer penso em idiotices. Isto converte os seis minutos numa quantidade deles, numa estupidez. Num dos dias desta semana, na estúpida reflexão antes da dormida, desatei às gargalhadas sinceras só porque sim. Não sabia bem do que estava a rir, não sabia nem bem nem mal. Em boa verdade, eu não fazia a mais pequena ideia. Depois de recuperar o fôlego, deitada, apercebi-me de que não era a primeira vez que acontecia tamanha parvoíce. E a dura conclusão; eu rio por dá cá aquela palha (expressão que ainda me dá mais vontade rir à parva por ser ainda mais estúpida do que eu... mas já lá vamos). Eu rio-me mesmo, eu dou aquelas gargalhadas que chegam das entranhas por toda a razão e por razão nenhuma. Eu rio-me por tudo e por nada.
À mínima estupidez eu rio, à mínima desgraça, eu rio.

"por dá cá aquela palha" é uma expressão que me causa uma especial vontade de rir. Se a pensarmos bem não faz o menor sentido. Não me passava pela cabeça inventar expressão sequer parecida com esta. Pensemos; dá cá aquela palha. Olha, dá-me a palha, se faz favor. Aquela palha. Mas só aquela! Só uma palha! Não é demais? Como se por acaso as pessoas tivessem ali um bocadinho de palha para dar só porque sim. É demasiado idiota!

E agora imaginem as gargalhadas histéricas que dou quando penso que estou a pensar assim. Não dá para descrever! Que parvoíce.

Vamos rir à parva! Ou então vamos rir à palha... vamos!

Tuesday, January 10, 2006

m&m's

Guru feat Erykah Badu - Plenty
A minha vida está cheia deles! Hoje reparei que em cima da cómoda, no meu quarto, está um copo cheio de m&m's que inevitavelmente convidam as pessoas. Chamam, gritam por elas! Mas quer-me parecer que a minha afeição aos berlindes de chocolate americanos joga com a minha histérica e afincada parte sentimental.
Algumas pessoas sabem que eu e as minhas irmãs, numa ericeira antiga, éramos apelidadas de m&m&m's, coisa que me ficou sempre.
Numa presente Lisboa (estendida e rendida à capital espanhola), deduzo que pouca gente saiba do que falo quando me refiro aos m&m's. Não só pelo chocolate que é de facto viciante e acaba por se tranformar em passatempo, mas pela ligação que isso pode ter para mim. Também esta ligação é viciante. Faz me sorrir sozinha, é demasiado complexo para poder explicar. Por isso não o vou fazer!
A lembrança está feita a quem quero que se lembre!

Mais? Mais m&m's?

Sunday, January 08, 2006

escassos segundos antes da hora maldita

(...)
- Xiè xiè quer dizer obrigado!
- Pois é! Como é que sabes que xiè xiè quer dizer obrigado?
- Porque sim, tive aulas de chinês.
- Hm hm...
- Juro! Queres que te mostre o meu caderno?
- Mas onde, aulas de chinês onde?
- Na Ericeira.
- Só perguntaste se queria que me mostrasses o caderno porque sabes que não vou subir para o ver, não tenho tempo. Mas acho óptimo, acho isso óptimo! Tenho de ir, combinei às três e um quarto.

E depois partiu dentro do seu casaco de cabedal castanho e por trás daqueles aviator sunglasses.
Eu fiquei só a olhar, até ele virar a esquina.
Depois subi ao meu descanso neurótico.