Madalena é conhecido por todos como aquele queque de laranja que se vende no chinês aos pacotes de dez por um euro! É também conhecido por algumas mentes que tiveram uma infância um bocadinho mais assídua nos desenhos animados, que podem lembrar-se da Madalena e das suas mil irmãs num orfanato em França.
A "Madalena" minha está incluída nas preciosidades da vida que levo, da vida que tenho. Ela é a última de três filhas dos meus pais. Ela é aquela que aos meus olhos me vai sempre caber na palma da mão, talvez porque sinto que assim a protejo.
É já mais crescida mas não me sai da memória (nem eu quero) a imagem que tenho dela de cara suja, quase preta, a apanhar a chucha depois de caída no chão por causa de uma gargalhada e voltar a pô-la na boca. Isto no Abril ericeirense, com poucos anos de idade, deitada no chão da varanda enquanto gozava com a cara do garoto, louco como ela ou talvez um pouco menos.
Agora prepara-se para ir... E vai! Atravessa o altântico com o objectivo de viver durante um ano uma experiência que também essa não lhe sairá jamais da imagem, mesmo que queira, o que não me parece.
O que me parece a mim é que como irmã mais velha e em tom de força, vou encorajar-te. Mas isso tu sabes. Sabes já que tens mão no ombro... a minha no teu!
Já apostei em Texas, nunca em New York, já te tinha dito. Mas a verdade, que às vezes (quase sempre, devo dizer) me custa é que vais, tal como alguém já foi e ainda assim vai demorar mais tempo a chegar! Mas tu... tu vives aqui, dormes no quarto ao lado do meu e às vezes não posso adormecer sem saber que já dormes. Imponho-me isso, há já algum tempo. Não sabias, pois não?
Madalena é daqueles nomes que oiço e me faz levantar a cabeça, à procura de quem o disse, de quem o chamou. No próximo ano vou eu chamá-lo e duvido que alguém demore tempo a responder como tu, embrenhada na tua leitura...
Madalena!