hoje sentei-me à beira-rio
E porque cada dia tem sido melhor, cada dia traz consigo qualquer coisa de novo, qualquer coisa que, para além das minhas deprimidas horas, daquelas horas que me custam a passar, me faz desentristecer. Espanha continua a ser estrangeiro, Madrid permanece longe e eu não me contenho de gritos e lágrimas quando estas coisas me invadem. Tudo porque a decisão foi dedicar-me. Tudo porque me impus no amor em que me sinto, o amor que não me parece que diminua. E tu, que sobes a uma outra loucura, por entre fumos e gotas de um outro veneno. E que loucura essa, que acaba também por me enlouquecer, como se alegria e normalidade emanassem de mim. Mas da tua loucura eu bebo, da tua loucura e do teu cheiro eu não sou capaz de me cansar. É esta a forma que tenho de te dizer isso, de te transmitir aquela mensagem. Os actos são, por vezes, inferiores às palavras. E as palavras que te escrevo, essas ao menos sei que não vão ser esquecidas nem decoradas, sei que não permanecem nem desaparecem. Mas não desistem. São as minhas palavras, que força maior poderiam ter, que maior vinco podem ter do que a característica de quem as escreve, de insistência, de não desistência. Para lá do rio, para lá dos montes, lembras? É para serem lembradas que digo as coisas, que te digo a ti essas coisas. Porque hoje és tu quem me vale a pena.
O teu nome vai sendo sonante a mais e mais. O teu nome vai sendo falado ao meu ouvido, não sei por quem, talvez por mim. Sim, acho mesmo que por mim.
Eu gosto de ti! Eu sinto a tua falta!